Sinceramente evitei falar
sobre a polêmica causada pela estreia de “Sexo e as Negas”. Evitei por diversos motivos,
mas os principais foram o radicalismo e a vitimização. Particularmente, não suporto
os dois comportamentos, principalmente quando eles vêm combinados. Minha ideia
não gira em torno da visão míope que prega ou crê na inexistência do
preconceito, mas também não consigo enxergar chifre em cabeça de cavalo.
O seriado, que sequer
começou a ser exibido, já conta com onze, eu disse 11, DENÚNCIAS de RACISMO e
DISCRIMINAÇÃO! A minha primeira pergunta é simples: baseadas em quê? A única
razão que seria plausível até o presente momento recairia sobre o título, que
não me parece ofensivo tanto pelo sexo, quanto pelas negas. O que parecia
excesso de burburinho, com uma galera queimando o livro antes de ler, virou
realidade. Com direito a Web Programa com mulheres negras o #AsNegaReal, onde
chegam a listar os mais bizarros itens preconceituosos do programa. Tudo isso
embasado exclusivamente no ACHISMO! Na realidade, parece a velha onda de
reclamar pra parecer mais culto, mais black power, sem sequer se debruçar sobre
o produto, que dirá sobre o tema.
Ser do contra, hoje em dia,
tem muito valor, se sentir perseguido catalisa o processo, radicalizar dá
nobreza à causa e te eleva. Essa receita não é nova, mas na era da internet, a
polarização de opinião só piorou as coisas. Some-se tudo isso ao hábito cult
mais mainstream do brasileiro... A oportunidade de escoicear a Globo Malvadona.
Somente o tempo e o programa dirão qual é a realidade. Naturalmente, quem já
começou largando o prego sem ler (ver) não deve mudar de opinião.
Ainda prefiro esperar pra
ver. Dizer que a negra que se liberta através do poder do funk e de suas letras
diretas e cruas é bacana, difícil é aceitar que sexo possa estar na mesma frase
que as negas e notar empoderamento nisso. Ah, esqueci! É porque é da Globo! É
porque o Falabella é branco! Nada mais manjado que bater no produto pela
etiqueta!
Na hora de falar que a
maioria da população negra reside nas favelas, pode. Mas na hora de retratar
negras na favela, não! Pelo amor! Essas mesmas pessoas que tanto reclamam estariam
berrando caso as quatro negras retratadas fossem da Zona Sul. O discurso se
escoraria na ideia de que o autor buscou embranquecer as negras e que o enredo
não retrata a realidade da maioria das mulheres negras brasileiras. Ou então, o
que pega mesmo é a preocupação com negras devoradoras de homens. Cacete! Isso
só reafirma a ideia do empoderamento, da mulher como dona de sua sexualidade!
Deise Tigrona é maneiro, Valesca é legal, mas no seriado da globo a
"Buc$&$ não é o poder"?
Acho isso um puta
preconceito e uma baita contradição. PRECONCEITO, pois o livro está
sendo julgado pela capa, incendiado antes de sua leitura. Contradição porque
pedir respeito e reconhecimento da mulher como dona de sua sexualidade é mole,
difícil é aceitar que elas transem como tiverem vontade, quando tiverem
vontade, com quem tiverem vontade e quantas vezes tiverem vontade.
Beba:
Colorado Vintage Black Rapadura – Preta, gostosa e brasileira!
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