Mais importante que qualquer
outra informação que venha a aparecer nesse post, preciso deixar claro que não
sou, não fui e nem pretendia ser eleitor de Eduardo Campos. Caso o texto ainda
seja relevante, não votarei em qualquer candidato nas eleições deste ano. E não
o farei para todos os cargos, decidi que simplesmente não vou votar, mas esse
não é o foco de nosso papo.
Procuro respeitar o princípio da
pluralidade e divergência de opiniões sempre. Persigo isso, embora seja um ato
de constante evolução, me sinto cada dia mais feliz com o resultado disso.
Creio que divergir seja um direito, uma necessidade. Também acho que respeitar
seja um dever. As pessoas têm o total direito de serem idiotas, exatamente como
você pode estar me considerando agora ou logo mais. Mas preciso que algumas
pessoas compreendam que o excesso de sensibilidade está matando a própria
liberdade. O dever do politicamente correto está nos deixando especialmente
atrasados, enquanto achamos que estamos evoluindo intelectualmente.
Eu lamento que o Eduardo Campos
tenha morrido, assim como todos os outros envolvidos, que ficam esquecidos.
Lamento por educação, por sua família, por seus filhos, por tantas outras
características e protocolos sociais que me levam a esse sentimento. Espero que
seus amigos, sua família, especialmente seus filhos, consigam força e
tranquilidade pra atravessar esse momento, de verdade. Sua morte é um absurdo
da lógica, pelo menos pra mim. Tenho a impressão de que algumas pessoas não
morrem, ou não podem morrer em determinados períodos. Como o cara era candidato
a presidente, parecia haver algum acordo para que a morte não o ceifasse num
período como esse. O fato é esse, ele morreu. Junto com sua morte, surgem dois
tipos de reações: as sensíveis e as jocosas. E aí está nosso problema.
Sim! Eu fiz piada com a morte do
Eduardo Campos. Muitas, várias, dezenas. E penso em uma piada ou outra volta e
meia, do mesmo modo que não me furto de rir disso quando vejo uma boa piada.
Não, eu não acho isso um desrespeito. Não sou amigo de nenhum dos falecidos,
não conheço nenhum familiar ou amigo. Se eu conhecesse, posso acreditar que
meus protocolos sociais me impedissem. Perdi um amigo que era como um irmão no
ano passado. Mesmo em meio a toda dor, eu e outros amigos ainda conseguíamos
ver, algumas vezes, o que aconteceu com boa dose de humor. O humor e o
desrespeito estão na cabeça de cada um. Entendo a sensibilidade de algumas
pessoas, que deveriam ser bem próximas ou admiradoras do candidato e estão na
minha timeline muito sensibilizadas. Entendo e respeito.
Mesmo assim, é difícil
compreender determinadas coisas, como por exemplo, um nipônico blogueiro famoso
que adora falar mal de qualquer coisa, principalmente daquilo que ele não
gosta. Acho curioso que no dia como o de hoje, ele classifique como psicopatas
ou psicóticos (não me recordo) o grupo de pessoas que acaba rindo de tudo isso.
Minha curiosidade provém da quantidade de vezes que ele aproveita alguma
situação que pode doer nos outros para fazer sua contribuição ao mundo. No dia
do aniversário de morte de 20 anos de Senna, Sakamoto não teve a menor
sensibilidade ao procurar desidratar e ridicularizar a morte de alguém que foi,
para tantos, muito mais “próximo” que Eduardo Campos.
Ele também curte bater na
imprensa e criticar a sede da classe pela audiência, quando já especulam o que
pode acontecer daqui pra frente. Sim, o que vai acontecer é fundamental!
Principalmente pra quem não está chorando, comovido e enlutado com a morte do
candidato. Mas pra ele soa aproveitador! Talvez soe aproveitador porque não
pode ser ele a tirar o proveito, ou porque é preciso se destacar por ser
diferente! Afinal, enquanto no último primeiro de maio a imprensa rendia
homenagens ao piloto, o rapaz resolveu diminuí-lo.
Quanto aos apreciadores de
teorias conspiratórias sem humor, aos xiitas que trocam farpas e acusações...
bom, acho que estamos falando de gente que pensa. Creio que os sensíveis e os
jocosos o façam. Cada um vê do seu jeito, cada um sente de uma forma. Só acho
que hoje em dia as pessoas acabam sendo sensíveis demais e pouco práticas
demais. Isso gera um comportamento controverso. A piada é tão verdadeira quanto
uma sensibilidade sem motivo.
Piadas com a morte são mais
velhas que seus pais. Com certeza não se trata de um movimento exclusivo das
redes sociais.
Meus sinceros pêsames a todos os
amigos e familiares das vítimas dessa fatalidade.
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