Antes de qualquer coisa, gostaria
de confessar uma coisa! Sinto-me ridículo, absolutamente ridículo, escrevendo
sobre toda essa palhaçada de ‘Rei do Camarote’. Comecei a ver algumas gracinhas
de um lado, outras do outro, até o momento em que as gracinhas acabaram por se
transformar no comportamento óbvio atual, isto é, porrada! Críticas a tudo.
Críticas ao tal Alexander, críticas (já tão óbvias) à Veja, críticas ao
comportamento do mundo... O que vi e ainda estou vendo, é bem mais interessante
que o vídeo. Dessa vez foi diferente. Algumas pessoas estão tendo o mínimo de
bom senso!
Acho curioso observar o
comportamento dos críticos mais exaltados, chega a ser cômico. O rol de
críticas é variado e esquizofrênico, a quantidade de gente cagando regra é
enorme. Não é difícil traçar o perfil dessa galera. Eles se julgam melhores dos
que os reles mortais, pensam sempre no social e são perfeitos – a culpa é do
mundo.
Não li a reportagem, só vi o
vídeo e ainda considero que isso possa vir a ser uma pegadinha da Veja. Sendo
ou não uma pegadinha, não sei por quais razões estão batendo na revista. Se o
vídeo é tendencioso, ele só o é na tentativa (com muito êxito) de ridicularizar
o protagonista e seu comportamento/estilo de vida. É o hábito. Atualmente, falar
mal da Veja te põe em uma condição intelectual favorável, mesmo que ela entregue
de bandeja para um linchamento público, o retrato daquilo que o grupo
anteriormente citado mais abomina.
Os absurdos continuam, é fácil
extrair algumas pérolas dos momentos de raiva da galera cult. Vi pedidos de
cadeia para o “Monarca”, alegando bullying social, por exemplo! Pude notar
momentos de profunda contradição, alguns clamavam por um país mais igual e
discriminavam o rapaz por seu jeito afeminado. Ok! Estou vendo como você deseja
um mundo mais igual. Tenho a impressão de que pedir coerência atualmente, chega
a ser um pouco demais.
Os comentários engraçados, pelo
menos na maior parte das vezes, acabavam entregando um bom senso um pouco maior
e ouvi comparações sensacionais. Uma delas foi feita pelo meu querido amigo
Miguel, quando ele diz que Alexander é só uma versão do Boça (se não conhece,
procura no YouTube) meio gay e muito rica. O humor, graças a Deus, ainda agrega
valor ao intelecto!
Por fim, num movimento quase que
tardio, apareceram algumas almas mais ponderadas. Por incrível que pareça, a
maior parte das pessoas do último grupo, tiveram o mesmo tipo de sensação ao
ver o filme: pena e identificação. Sentir pena é quase instantâneo! Se aquele
rapaz existe e sua vida funciona basicamente dentro da mecânica exposta, ele só
tem dinheiro, mais nada. Parece ser sozinho e viver uma vida solitária fora dos
cercadinhos VIP’s, além de falar como índio (mim não conjuga!).
Quanto à identificação... Bom, não
é difícil, morando no Rio, conseguir lembrar-se de arroubos cometidos em um
evento qualquer, por nós mesmos ou por alguns amigos e conhecidos. Fica mais
fácil ainda enumerar as pessoas de seu círculo social que você tem absoluta
certeza que se tivessem condições, gastariam 50, 60 mil em uma noite, ao invés
de 150, 300, 500. Identificar esse comportamento, geralmente te deixa só com
pena do sujeito.
Foi impossível não me identificar,
pois já conheci muita gente assim e ainda conheço. Identifiquei-me também, pois
compartilho no Instagram os meus momentos esbanjadores. Foi impossível não recordar
conhecidos fúteis e sozinhos. Mas deve ser muito difícil olharmos para os
próprios rabos.
Alexander não é vítima, não é
coitado e não é pouco babaca. Mas é bom lembrar que quase todo mundo já foi,
pensou em ser ou conhece alguém que seja ou tenha potencial (sem grana) para
ser como ele. Minha crítica a Veja é bem simples. Se o personagem é real, ficou
bem claro que o objetivo foi ridicularizá-lo.
Não sei mais nada sobre
Alexander, não sei se ele gasta 200 mil por mês em uma boate e tem um projeto
social em que invista 10 vezes mais. Não sei se ele é real ou se foi uma
caricatura criada pela Veja e oferecida ao país como um Judas ou uma Piñata. Só
acho que ele virará tese, dissertação e monografia de muita gente.
Será que discutir essa “reportagem”
e seus desdobramentos agrega algum valor às nossas vidas?
Petisque: Coxinha – pra combinar com a personalidade que reina hoje
em dia! Vai bem com Caracu...
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