terça-feira, 5 de novembro de 2013

Agrega Valor?





Antes de qualquer coisa, gostaria de confessar uma coisa! Sinto-me ridículo, absolutamente ridículo, escrevendo sobre toda essa palhaçada de ‘Rei do Camarote’. Comecei a ver algumas gracinhas de um lado, outras do outro, até o momento em que as gracinhas acabaram por se transformar no comportamento óbvio atual, isto é, porrada! Críticas a tudo. Críticas ao tal Alexander, críticas (já tão óbvias) à Veja, críticas ao comportamento do mundo... O que vi e ainda estou vendo, é bem mais interessante que o vídeo. Dessa vez foi diferente. Algumas pessoas estão tendo o mínimo de bom senso!

Acho curioso observar o comportamento dos críticos mais exaltados, chega a ser cômico. O rol de críticas é variado e esquizofrênico, a quantidade de gente cagando regra é enorme. Não é difícil traçar o perfil dessa galera. Eles se julgam melhores dos que os reles mortais, pensam sempre no social e são perfeitos – a culpa é do mundo.

Não li a reportagem, só vi o vídeo e ainda considero que isso possa vir a ser uma pegadinha da Veja. Sendo ou não uma pegadinha, não sei por quais razões estão batendo na revista. Se o vídeo é tendencioso, ele só o é na tentativa (com muito êxito) de ridicularizar o protagonista e seu comportamento/estilo de vida. É o hábito. Atualmente, falar mal da Veja te põe em uma condição intelectual favorável, mesmo que ela entregue de bandeja para um linchamento público, o retrato daquilo que o grupo anteriormente citado mais abomina.

Os absurdos continuam, é fácil extrair algumas pérolas dos momentos de raiva da galera cult. Vi pedidos de cadeia para o “Monarca”, alegando bullying social, por exemplo! Pude notar momentos de profunda contradição, alguns clamavam por um país mais igual e discriminavam o rapaz por seu jeito afeminado. Ok! Estou vendo como você deseja um mundo mais igual. Tenho a impressão de que pedir coerência atualmente, chega a ser um pouco demais.

Os comentários engraçados, pelo menos na maior parte das vezes, acabavam entregando um bom senso um pouco maior e ouvi comparações sensacionais. Uma delas foi feita pelo meu querido amigo Miguel, quando ele diz que Alexander é só uma versão do Boça (se não conhece, procura no YouTube) meio gay e muito rica. O humor, graças a Deus, ainda agrega valor ao intelecto!

Por fim, num movimento quase que tardio, apareceram algumas almas mais ponderadas. Por incrível que pareça, a maior parte das pessoas do último grupo, tiveram o mesmo tipo de sensação ao ver o filme: pena e identificação. Sentir pena é quase instantâneo! Se aquele rapaz existe e sua vida funciona basicamente dentro da mecânica exposta, ele só tem dinheiro, mais nada. Parece ser sozinho e viver uma vida solitária fora dos cercadinhos VIP’s, além de falar como índio (mim não conjuga!).

Quanto à identificação... Bom, não é difícil, morando no Rio, conseguir lembrar-se de arroubos cometidos em um evento qualquer, por nós mesmos ou por alguns amigos e conhecidos. Fica mais fácil ainda enumerar as pessoas de seu círculo social que você tem absoluta certeza que se tivessem condições, gastariam 50, 60 mil em uma noite, ao invés de 150, 300, 500. Identificar esse comportamento, geralmente te deixa só com pena do sujeito.

Foi impossível não me identificar, pois já conheci muita gente assim e ainda conheço. Identifiquei-me também, pois compartilho no Instagram os meus momentos esbanjadores. Foi impossível não recordar conhecidos fúteis e sozinhos. Mas deve ser muito difícil olharmos para os próprios rabos.

Alexander não é vítima, não é coitado e não é pouco babaca. Mas é bom lembrar que quase todo mundo já foi, pensou em ser ou conhece alguém que seja ou tenha potencial (sem grana) para ser como ele. Minha crítica a Veja é bem simples. Se o personagem é real, ficou bem claro que o objetivo foi ridicularizá-lo.

Não sei mais nada sobre Alexander, não sei se ele gasta 200 mil por mês em uma boate e tem um projeto social em que invista 10 vezes mais. Não sei se ele é real ou se foi uma caricatura criada pela Veja e oferecida ao país como um Judas ou uma Piñata. Só acho que ele virará tese, dissertação e monografia de muita gente.

Será que discutir essa “reportagem” e seus desdobramentos agrega algum valor às nossas vidas?

Petisque: Coxinha – pra combinar com a personalidade que reina hoje em dia! Vai bem com Caracu...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Meus Caros Ameagles




Nem todos sabem, ou têm a obrigação de saber, mas sou um grande apaixonado por cães. Sim, a tal figura oculta da presidente Dilma, em seu épico discurso no dia das crianças. Seguindo minha linha de raciocínio, comentando o polêmico inútil, resolvi mexer nesse vespeiro. Já que não morri por ter dito que a Fran também tem alguma culpa em relação ao que ocorreu, resolvi falar dos Beagles e da Royal.

Antes de qualquer coisa, preciso dizer aos senhores que procuro ser coerente até mesmo em minhas incoerências e que trato e vejo animais de formas diferentes, mas como não sou um ativista insano em busca da libertação total dos animais do mundo e da difusão do veganismo, acho que estou tranquilo para expor minha linha de raciocínio.

Admito, não vejo um boi como um animalzinho lindo e fofo que precisa de carinho, vejo um bife e por mais cruel que isso seja, é a minha verdade. A menos que eu me afeiçoe ao bicho, um boi será pra mim, um bife. Ah, quanta crueldade! Ok, pode até ser, mas não consigo e nem pretendo parar de comer carne, simplesmente não atingi esse nível de evolução. Acho curioso, algumas pessoas devem estar imaginando como meu pensamento é cruel, e nesse mesmo momento, devem estar pensando em comer um japinha no almoço ou na janta. Peixe pode, né?

Não descobri grandes verdades sobre o que aconteceu no instituto Royal, nada me parece muito confiável. Mais do que confiável, pra variar, nada me parece muito ponderado! Normal, em épocas de extremismo cibermidiático e produção de conteúdo em lote (Adorno e Keen, piram!). Algumas fontes dizem que os animais eram utilizados para desenvolvimento e testes de produtos cosméticos, o que sou contra, principalmente pelo uso de cães. Outras fontes dizem que o demonizado instituto trabalhava em pesquisas científicas voltadas para a área médica, o que me faz ser a favor do uso de qualquer animal.

O que me leva a ser contra o uso de cães em pesquisas para produtos cosméticos? O fato de serem cães, mais nada. Se fossem porcos, eu não iria me opor, assim como grande parte das pessoas que hoje vociferam a favor dos Beagles de São Roque.

Mas por que tanto preconceito? Porque eu gosto muito de cachorro, porque eu não como cachorro, porque eu crio e trato cães e não porcos como membros da minha família. Isso quer dizer que eu sou a favor de testes de cosméticos em animais? Sim. Camundongos, porcos, bois e uma lista de animais bem simples de se imaginar. Mas qual o motivo do apoio a esse tipo de crueldade? Simples! Pra você, querida amiga, poder passar seu batom, usar seu hidratante, rechear e rebocar a cara com base e parecer um panda com tanta sombra e rímel, essas empresas precisam ter a certeza absoluta de todos os desdobramentos possíveis desses materiais em sua linda e sedosa pele.

Do contrário, a partir da primeira alergia, da primeira queimadura ou da primeira merda que der... você ou qualquer outra pessoa que seja amigo do amigo do amigo virtual da pessoa cairão de pau nas empresas envolvidas dizendo que falta regulação, que o controle de qualidade é fraco, que a empresa não investe em P&D, entre tantas outras coisas. Para isso é preciso desenvolver, testar, observar, corrigir etc. Infelizmente, esse tipo de pesquisa não pode ser feito em cobaias humanas, embora eu tenha algumas ideias muito loucas, pró-animais e nada humanas para isso, esses testes precisam ser feitos em animais. Como acho que cosméticos são produtos bastante dispensáveis, não defendo o uso dos animais (doméstico, de estimação, sei lá) nesses testes acima citados.

Minha opinião passa a mudar bastante em casos voltados para pesquisas da área médica, visando o tratamento e a cura para doenças que assolam o nosso cotidiano. Dessa vez, peço ainda mais desculpas aos amigos que defendem os animais, mas não me sentiria à vontade sendo contra. Acredito que não devamos medir esforços na busca da cura e do tratamento de doenças que ameacem nossa saúde. Para curar uma criança no futuro, creio que alguns sacrifícios devam ser feitos no presente. Infelizmente a ciência, principalmente a biologia, precisa do ensaio e do erro para que a “rota” vá sendo conduzida para o objetivo maior.

Sou louco por cachorros, os beagles são lindos demais e ainda não consegui saber quem fala a verdade. Só acho, mais uma vez, que tá todo mundo de um lado ou contra esse lado, esse extremismo gera fenômenos absurdos. Quais? Defender os Beagles, vociferar contra empresas que testam em animais e admirar a baleias do SeaWorld é um deles. Outro, ainda mais grave, é tratar a Luisa Mell como ativista política e social, dando eco e volume as declarações e comparações bizarras dessa personagem pouco cerebral.

Pense sobre o assunto. Se você come carne, já fica até um pouco mais fácil concordar com a minha separação entre animais. Espero (embora não creia) que se não fossem Beagles, mas vira-latas ou pit-bulls, a comoção fosse igual. Ame seu cão, gato ou qualquer animal e o trate com todo amor e respeito. Se possível, adote um.  Coerência, galera! Ah!


Petisque: Aipim frito + Chopp Escuro

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Terra Proibida do Bom Senso





Não chega a ser novidade, principalmente nos dias de hoje, em que a tecnologia a favor e ao alcance de quase todos costura nosso cotidiano, dando a qualquer um que possua interesse, grande capacidade midiática.

Também não é novidade, que nosso povo continua insistindo no maravilhoso ideário do coitado. Acho curioso como, no Brasil, é tão in ser vítima, ou fiel defensor da SUPOSTA vítima. É uma espécie de Lei, estranha e invisível, que rege os padrões comportamentais de grande parte da população atual e dita os traços de personalidade e humor que podem vigorar sem que o mundo se acabe.

Nossa síndrome do coitadismo é praticamente uma unanimidade! Mais que isso, ela cresce de modo absolutamente assustador. Disfarçamos nossas imperfeições com a disseminação de um altruísmo falso e de conceitos éticos bastante sofisticados. Se as atitudes que vão à praça fossem as mesmas que são tão esbravejadas, tenho absoluta certeza de que estaríamos em um país de outro nível.

Nos últimos dias, nós presenciamos alguns casos clássicos desses fenômenos cibermidiáticos. O caso que abordarei hoje, foi o de uma estudante goiana de 19 aninhos, que aparece em alguns excelentes vídeos, produzidos por/com seu parceiro (ou seja lá o que ele for, ou fosse, não interessa). Todo mundo sabe qual é o conteúdo do material citado, e ao contrário do você possa estar imaginando, não estou aqui para chamá-la de vagabunda ou de levantar a bandeira do #forçafran. Inclusive, minhas observações em relação a este caso são bastante pontuais.

Fran só deu o azar de virar esse fenômeno da internet por alguns gestos e falas que acabaram transformando o vídeo mais em um meme do que em conteúdo pornográfico, propriamente dito. Sua má sorte acabou fazendo com que seus vídeos íntimos viralizassem justamente pela existência de slogans e identidade visual. Caso fosse um vídeo íntimo e mudo (por exemplo), provavelmente ele já teria caído no esquecimento e sua repercussão sequer chegaria aos pés do que aconteceu. Ainda assim, você deve estar se perguntando aonde eu quero chegar com isso, né? Ok, vou chegar lá agora.

Assim que o vídeo tomou uma proporção colossal e diversos boatos foram espalhados (inclusive falando sobre a suposta morte da Fran), o “mundo” se dividiu, pra variar, em dois grupos. Também pra variar, dois grupos radicais, evento cada vez mais comum nos dias de hoje. Atualmente, ou você defende a Fran como vítima inconteste nessa história, tendo toda a razão do mundo sobre qualquer coisa; ou então você pertence ao grupo que acha a Fran uma vagabunda. E pelo visto, esses grupos determinam que só pode ser assim. Caso você não esteja de um lado, você está do outro.

Acho que o que poucas pessoas param para avaliar é que a Fran está bem no meio do caminho. Não! Ela não é vagabunda. Até onde eu sei, o corpo é dela, a vontade é dela e ela tem o direito de realizar seus desejos e fantasias. Sim, ela parece ter sido vítima de uma atitude bem escrota, mas (é agora que a maioria dos Franfriends vão pirar) ela também é responsável, parcialmente responsável, por esse acontecimento.

Eu sei, nesse exato momento você deve estar dizendo ou pensando que eu acredito que mulher que se veste em trajes mínimos é parcialmente responsável caso seja vítima de um eventual estupro, não é? Então, se você pensou, eu lamento, errou feio, errou rude. A mulher que se veste em trajes mínimos não depende da confiança de alguém para que sua imagem não seja maculada. É uma decisão dela, não envolve outra pessoa.

Inclusive, apenas para fins informativos, a maior parte das mulheres estupradas em nosso país e nos EUA vestiam calças quando foram violentadas.

Acho que essa questão da confiança em outra parte, não torna e jamais tornará o ato e todo resultado dele, algo que seja tranquilo, ainda assim é criminoso e ela é vítima. Mas é fundamental que consigamos abrir um pouquinho a cabeça e notar que a Fran não parece ter sido forçada, violentada ou explorada para gravar seus vídeos. Sendo assim, acho justo demais que as pessoas satisfaçam seus desejos e realizem seus fetiches, sejam eles a dois, três, quatro, públicos, cibernéticos ou de qualquer natureza, e como sou a favor! Mas é preciso lembrar que quando isso envolve uma gravação, fotografia ou qualquer tipo de conteúdo reprodutível, o cuidado deve ser redobrado. Carolina Dieckmann foi vítima de algo menos grave, foi vítima também, mas chegou a admitir sua parcela de culpa publicamente.

Não estou dizendo que a Fran não deva estar se sentindo culpada, deve sim. Ela sabe que deu mole. Talvez não por gravar o vídeo, mas por confiar em quem não deveria, por se relacionar de um modo que não deveria. Não conheço a história da Fran e nem sei, se o responsável pelo vazamento foi o seu parceiro. Acho somente, que devemos abandonar o discurso machista da vagabunda e o discurso feminista de vítima incondicional. Pelo menos pra mim, a Fran passa longe dos dois polos.

Não birite e não coma. Machistas e feministas acham qualquer coisa um absurdo! 

Não prometo voltar em breve... Afinal, não cumpro essa promessa mesmo e o mundo tá chato pra cacete!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

é de ferir



Hoje eu não estou aqui pra comentar qualquer notícia. Vou evitar comentar um caso específico, mas pretendo abordar uma questão que me parece fundamental e atual. Mais do que isso, essa questão me parece fundamental para que reflitamos a respeito de um futuro próximo. Não. Não falarei de Snowden ou de Black Blocs. Hoje só quero comentar algo um pouco mais simples, mas também mais complexo. Estou disposto a comentar de forma mais clara um problema que me parece enorme, mas que muitas vezes passa sem que consigamos perceber. E estou igualmente disposto, a assumir alguns pontos de vista que não podem ser os melhores, mas tenho certeza não serem os mais graves.

Ando me perguntando ultimamente qual o motivo de tanta dificuldade na aceitação do reconhecimento do direito do próximo. Qual é realmente o problema em conseguirmos aceitar o direito civil de um homossexual. Mais do que isso, qual o nosso problema com a tolerância? Não sou gay, sou tatuado, tenho uma visão política, social e econômica completamente heterodoxa por conta da mistura de vertentes e pensamentos, e não consigo entender qual é o motivo de tanta dificuldade em aceitar a verdade do outro. Acho que é importante ressaltar que eu não estou aqui, escrevendo contra o debate, não mesmo! Mas estou aqui, tentando compreender qual o motivo de dificuldade na aceitação de coisas tão simples.

Acho que independente daquilo que eu possa tratar, parto de uma premissa que considero básica: Respeitar o próximo é um dever. Gostar de sua postura ou opção é um direito. Simples! É claro que você pode discordar. Talvez aí esteja a graça. Não estou pedindo para que você violente seus princípios e passe a aceitar o que te “fere”. É claro que uma análise de consciência pode ser bem vinda, afinal de contas, geralmente as pessoas só se doem tanto quando julgam pela embalagem. Mesmo assim, é direito de cada um.

O que realmente me espanta, embora o tema central deste reles ensaio seja pelo direito às diferenças, é que muitas vezes acredito que estejamos reeditando alguns momentos históricos que não poderiam ter sido postos em um paralelo tão incrível nem pelo melhor dos roteiristas. É impressionante, embora eu consiga ainda pesar alguns fatores que expliquem (mesmo não justificando), o modo como a simples conquista de direitos acaba ferindo uma pessoa que também é civil e contribuinte, exatamente igual ao cidadão discriminado.

Justo, eu não estou aqui pra levantar qualquer bandeira a favor de minorias ou do politicamente correto. Pelo contrário. Acho que as pessoas têm o direito de não aplaudir o que não gostam, mas estamos em outra discussão. Falo de direitos mínimos. Falo do direito igual entre pares. Falo do direito que eu tenho como tatuado e você tem com sua pele lisinha. Não vou passar a achar implante subcutâneo sexy ou bonito por que tenho que abraçar as diferenças. Não vou rezar pedindo um filho gay. Só estou aqui para dizer que todos nós, temos basicamente os mesmos direitos, mas isso parece tão óbvio. Tão óbvio e pouco levado em consideração. Já falei aqui, sobre o espanto e do desrespeito que as pessoas de mente aberta demonstram ao tropeçarem em idéias conservadoras.

Fico imaginando que se em 1888 tivéssemos TT e FB, quais não seriam as pérolas nas timelines nos dias pós 13 de maio. Pensando bem, não é difícil imaginar. É só conseguirmos olhar o modo como parte de nós ainda trata a possibilidade do direito igual. A maior parte dessas pessoas, que tanto resistem em aceitar que somos iguais perante a lei, gostou muito da visita do Papa Francisco. Eu também gostei demais. Só acho uma pena, que suas mensagens não consigam ser tão bem aproveitadas assim. 


Estou longe de ser uma pessoa boa, ou uma boa pessoa, mas algumas análises históricas simples me ajudaram e ajudam muito, no processo de aceitação das diferentes configurações de nossa sociedade. É pra frente que se anda, gente! Pra frente! Olhando pra trás, me parece que 1888 foi logo ali, pra falar o mínimo. 

Birite: Leffe! 

terça-feira, 30 de julho de 2013

O Elefante Rosa e Eu



Vinha evitando, quase como alguém que padece de uma fobia, alguns contatos mais profundos com cervas e chopps de fino trato. Minhas preferências, desde uma série de gastos indecentes em rótulos de alta estirpe ainda antes do último carnaval, deixaram marcas profundas em minha vida. Meu cartão de crédito e minha lomba financeira, por ainda guardarem marcas de tal peripécia, motivaram essa abstinência responsável. Ficou como lição que me embolar em uma batalha etílica e mediúnica entre Deus e Lúcifer não poderia acabar bem de forma alguma.

É óbvio que não estou aqui para cuspir na Bud ou na Brahma que bebi e muito menos para desdenhar do chopp Heineken ou do Brahma (cineminha) Black. Fato é, que nos últimos cinco meses, eles seguraram minha onda, me fornecendo toda a carga energética que só esses néctares possuem. A velha síntese do alimento completo, o pão líquido nosso de cada dia. Bem verdade que depois desse longo período, vivi uma experiência psicodélica e psicotrópica inesquecível, que achei razoável dividir com os senhores, já que a conta ficou só pra mim.

Essa viagem começou com a boa companhia de bons e velhos amigos e a eterna e falsa esperança de um chopp despretensioso e sem qualquer alopração. Realmente é incrível notar como o homem se ilude para crer no que tem vontade. A princípio seria tudo relativamente rápido e baratinho, quase frugal, eu diria. Aproveitaríamos o início de um fim de semana de festejos de nosso grupo, com uma semana bem folgada, provocada pela visita de Sua Santidade, o Papa. Logo, era preciso pegar leve. Rodamos por aí e escolhemos o Itahy da Freguesia, ficava perto para quase todos e recebemos boas indicações, tudo lindo.

Chegamos lá e demos início aos trabalhos com uma Paulistânia, só pra diminuir a tremedeira e parar de suar frio. Serve como ressalva sobre este primeiro rótulo que é realmente uma cerveja de primeira, apesar do batismo questionável. O local é realmente muito bom e recomendo demais, o atendimento é bom e os petiscos são excelentes. Queria deixar registrado uma menção honrosa ao delicioso combo do pão de alho com linguiça, espetacular! Depois de algumas poucas garrafas, passamos ao momento sofisticado da noite.

Confesso que assim que cheguei fiquei encantado com a carta oferecida no local. Opções diversas de chopp e cerva, mas já fui “na intenção”. No fundo, eu “tava pro crime” desde o início. Depois dos festejos iniciais e de equilibrar meu paladar matando minha fome, tentei começar um rito mais especial. Olhei para a carta, olhei para o amigo gravatinha e perguntei se eles realmente tinham chopp Deliruim Tremens. Ele me respondeu de forma positiva, aumentando meu nervosismo. Perguntei aos meus nobres comparsas se eles também dividiriam essa experiência comigo e, apesar do preço, a resposta foi imediatamente positiva.

Deliruim Tremens é uma psicose causada pela abstinência ou suspensão no consumo do álcool, ou de benzodiazepínicos, mas acho que o último caso não combina com o post, Lexotan faz mal, cerveja faz feliz! Seria então a tal tremedeira que a Paulistânia reduziu (rs)? Era isso que eu estava lendo na tela do telefone enquanto aguardava quase que suando frio, a chegada do portador do santo líquido.

E então, ele chegou, em uma taça bojudinha e simpática, recheada de elefantes rosados, que voavam naquele papel de parede cor de ouro e com um belíssimo colarinho, que parecia desenhado à mão. De longe, apesar de bem desenhado, seu colar parecia ralo, mas só parecia! As simpáticas louças do elefantinho foram gentilmente dispostas sobre a mesa, agora promovida a távola, que estava no centro de nosso animado papo. Sabíamos da importância litúrgica de se apreciar um néctar como o que ali estava de forma correta.

Tomamos as paquidérmicas taças em nossas mãos, avaliamos mais uma vez a disposição de cores e a composição incrível entre o líquido e sua espuma, ela era fina, mas não parecia rala. Brindamos e fomos apreciar esse complexo chopp.

Antes de deglutir o conteúdo do copo, fiz questão de avaliar seu aroma. Mais uma vez me surpreendi e meu transe aumentava de modo exponencial. Seu cheiro lembrava frutas, diversas frutas! Não sei que notas estavam ali presentes, afinal, minha sofisticação tem limites, mas algo lembrou-me banana e pêssego.

Dei o primeiro gole e meu paladar entrou em um delicioso e psicodélico colapso. A espuma tem sabor suave, sendo leve e fina, mas é bem densa e marcante. Minha primeira vontade foi pedir uma colher, tal colarinho merecia a atenção dada a um mousse ou um chantilly de primeira linha! O líquido dourado conserva os sabores que se assemelham a uma salada de frutas, com uma lembrança especial para o sabor de banana e pêssego, mas agrega alguns sabores mais cítricos, que meu olfato não havia sentido e que meu paladar não conseguira definir, mas ainda acho que pode parecer abacaxi. O malte também pode ser notado com facilidade e sem qualquer proporção enjoativa. Pensei sinceramente que fosse terminar aquele gole deparando-me com um elefante rosa voando ao meu lado.

Voltei diferente ao mundo real depois do primeiro gole. O restante da experiência mostra que apesar do sabor marcante e divertido, esse néctar bem fermentado é encorpado e único, valendo cada centavo dessa experiência. Não me parece um chopp que deva ser banalizado, seu preço salgado faz com que seu bolso te force a apreciar dentro de um volume correto.

O chopp do elefantinho rosa é realmente de outro mundo, recomendo a todos essa viagem. A sensação é tão boa e alucinante que até na hora de pagar você não liga tanto assim. Espero viajar mais vezes com esse essa simpatia de mascote. Depois de tanta sofisticação, definiria no populacho que é um chopp de fazer o cu cair da bunda!!!


Recomendo!            

terça-feira, 7 de maio de 2013

Direitos Humanos Direitos




Considero bastante curiosa toda essa repercussão por conta da morte do Douto Senhor Márcio José Sabino Pereira, também conhecido como Matemático. Matemático era um dos traficantes mais perigosos e cruéis do Rio de Janeiro. Assassino corriqueiro de Policiais Militares na Estrada do Taquaral, esse nobre rapaz acabou sendo morto após uma operação (agora considerada desastrosa) da Polícia Civil.

As imagens da operação que resultou na morte do traficante citado foram ao ar no último domingo, quase um ano após o acontecimento. Como a moda permite somente dois lados atualmente, automaticamente surgem os politicamente corretos, defensores plenos dos direitos humanos, e seus opositores, denominados pelo primeiro grupo como nazi fascistas, burgueses e outros adjetivos curiosos. Vamos aos meus humildes pitacos...

Não conheço nenhuma pessoa de bom senso que não concorde com os defensores dos direitos humanos que pregam que uma política de combate à violência passa por investimento em educação e redução das disparidades sociais que possam vir a gerar um cenário propício e atrativo ao banditismo. Inclusive, eu sou uma das pessoas que acredito que isso gere resultados, mesmo não acreditando no fim da violência ou de delitos de qualquer natureza, já que não acredito que só se torne bandido porque ou quem não teve oportunidade na vida.
Ainda assim, acho que uma política que combata e reprima estes elementos se faz tão necessária quanto, já que não é possível que consideremos que, até que nosso país tome jeito, devamos deixar essas pessoas em liberdade.

É curioso, que grande parte dos defensores dos direitos humanos, acaba financiando parte da operação destes que traficam, matam, roubam e recrutam jovens para o mundo do crime. Ainda assim, essa discussão deveria ficar para outro post, afinal, é mais longa que a atual e cercada de uma infinidade de “ses” e “senões”, onde ninguém sabe exatamente o que resolve. Eu mesmo, sou a favor da legalização e comercialização da maconha e tenho certeza de que só isso não irá acabar com o tráfico, além de acreditar que nossa sociedade não está culturalmente preparada para tal avanço.

Os fatos são basicamente bem simples, inicialmente, os defensores dos direitos humanos e do politicamente correto, dizem primeiro que a operação acabou pondo em risco a vida de inocentes e que esse tipo de atitude foi extremamente irresponsável e deveria ser severamente punida. Provavelmente, alguns desejem cadeia para os policiais civis envolvidos.
Ok, a operação deve ter ferido diversas normas de segurança de terceiros em operações, principalmente porque não contava com o apoio terrestre da Polícia Militar, já que o blindado quebrou! Sim, além de mal pagos eles não são equipados como deveriam! Mesmo assim, continuarei concordando com a opinião exposta, sendo somente obrigado a indagar uma questão... Seria possível capturar um traficante como Matemático sem que houvesse qualquer risco para uma parcela da população? Acho bem difícil!

O próximo tipo de justificativa dada é o de que esse tipo de operação só aconteceu dessa forma irresponsável porque não era na Zona Sul.
Bom, esse tipo de argumento é curioso, já que tiroteios entre bandidos e policiais não são, pelo menos nos últimos anos, uma peculiaridade das favelas cariocas. Temos visto isso em diversas regiões, inclusive na Zona Sul. Ainda assim, ressalto que por mais irresponsável que tenha sido a operação, nenhum inocente foi ferido ou morto. Por acaso ou não, a choradeira está acontecendo por conta de um leite que nem entornou.

Por último, sou obrigado a expor a visão dos defensores mais radicais dos direitos humanos, esse último segmento é composto por pessoas que parecem acreditar que se o mundo fosse a Disney, não existiria banditismo e que a causa de qualquer tipo de má índole é um problema gerado por conta de algo ou alguém que não foi resolvido. Chega a ser comovente o pensamento dentro dessa linha. Esse tipo de pensamento deve partir de pessoas que misturam amplas doses de bondade com conceitos de Frank Furedi. Essa última parcela considera a ação que matou Matemático, uma ação criminosa, já que o rapaz acabou morto ao invés de preso.

Acho importante lembrar que Matemático só estava solto, graças ao cumprimento de benefícios baseados nos direitos humanos como o regime semiaberto que permitiu a ele uma fuga tranquila e sem maiores problemas. Não sou, de forma alguma, contra os direitos de nossa população carcerária e acho que já passamos do ponto de uma reforma carcerária faz tempo! Acredito também, que dentro de uma reforma séria, não deveriam haver benefícios como auxílio reclusão e que presos de alta periculosidade não deveriam ter algumas facilidades.

Parece que essa parcela, que defende pessoas como Matemático e talvez os nossos novos estupradores, não conseguem admitir que existem alguns criminosos que são simplesmente irrecuperáveis.
Ainda assim, caso Matemático tivesse que ser somente preso, acredito piamente que o sangue de alguns policiais fosse ser derramado em uma operação em que o traficante fosse tratado como café com leite. Quem tem como marca a maldade e a crueldade não é digno dos mesmos direitos de alguém que rouba por ser “vítima das circunstâncias”.

Realmente, tá ficando muito chato entender qual é o objetivo das pessoas. Tento ser uma pessoa cada vez melhor em minha rotina e respeitar a opinião do próximo, mas hoje em dia, quem não compartilha de um pensamento digno de canonização é mal visto. Se eu tiver que escolher entre a vida de um policial ou 10 Matemáticos, não tenho a menor dúvida de que escolherei o policial.

Marcelo Freixo e seus alguns de seus seguidores esquecem-se de lembrar ou desconhecem o fato de que Matemático tinha um sistema muito parecido com o praticados pelas milícias de outras partes do Rio de Janeiro. Mas realmente, para Freixo, o problema nunca é o tráfico.

Um ano depois, o verdadeiro culpado ganha carpideiras e viúvas! Enquanto os responsáveis pela queda de mais um assassino, serão jogados aos dóceis leões dos direitos humanos.


Petisque: Água sem gás natural com biscoito água e sal. Só pra acompanhar essa onda sem graça.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Nenhum dos Dois...




Mais um disputado round entre Marco Feliciano e Jean Wyllys está para ter início na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Dessa vez a questão é incrivelmente curiosa.
Marco Feliciano, como todos sabem, é abertamente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ok, direito dele. Com a bancada conservadora ao seu lado, ele continua defendendo aquilo que ele acredita.

Do outro lado, Jean Wyllys, PSOLista, amplamente a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ok, justíssimo, também é direito dele. Tem ao seu lado uma classe aguerrida e amplo apoio da mídia e da população mais jovem.

Apresentações banais feitas, vamos ao caso curioso.
Jean Wyllys é defensor dos direitos homossexuais e em diversos embates com tantas personalidades contrárias a algumas de suas propostas, sempre apresentou como uma de suas motivações para a ampliação dos direitos homossexuais o clamor popular em torno da causa. Segundo ele, a população brasileira, em sua maioria, é solidária ao movimento LGBT e está de braços dados com ele nessa cruzada em busca da aprovação de seus direitos. Além disso, Jean Wyllys é um PSOLista no sentido lato, tendo grande afeição por “conselhões” e afins.

Com todo esse cenário desenhado e uma total falta de vontade em ceder aos direitos homessexuais, Marco Feliciano acabou fazendo uso de uma proposta bastante curiosa, ou melhor, Feliciano vem tentando desenterrá-la. O Pastor Deputado apoia a proposição para que essa questão seja decidida diretamente pelo povo, em um plebiscito.

Tudo muito curioso. Particularmente, sou contra. Não me agrada esse processo de banalização de plebiscitos. A causa é importantíssima, como tantas outras, mas creio que seja obrigação de nossos políticos, eleitos de forma democrática, que a maior parte de nossas questões seja decidida por eles, que por piores que sejam, são nossos representantes. Só pra lembrar, nós votamos nesses caras. Não acho que Vereadores, Deputados e Senadores possam ser substituídos por plebiscito e conselhos populares.

A curiosidade aumenta quando vejo o Deputado Jean Wyllys, pertencente a um partido que defende a criação de conselhos populares, sendo contra a idéia do plebiscito. Acredito que esse tipo de posicionamento seja reflexo de uma forte incerteza em relação ao apoio da população brasileira ao movimento LGBT. Parece então que suas afirmações a respeito da disposição da população em militar em favor de sua causa, não passem de mais uma de suas já costumeiras bravatas.

A postura adotada por Jean Wyllys quando tenta defender sua causa é tão fundamentalista quanto a que é adotada por seu maior adversário, Marco Feliciano. Os dois estão absolutamente corretos em defender suas convicções, só acho que os dois lados mereciam representantes melhores e mais educados.

Sou mais do que a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e desejo que homossexuais tenham absolutamente os mesmos direitos que eu tenho como heterossexual. Apesar de tudo isso, o que me parece ser uma grande verdade, é que a esmagadora maioria da população brasileira, não vê com bons olhos a conquista desses direitos. Só questiono muito os pesos e medidas adotados pelo Deputado Jean Wyllys.

Ainda assim, é preciso cuidado e coerência na escolha dos representantes dos dois movimentos. Jean Wyllys, assim como Marco Feliciano, não me representa. E você, já parou pra pensar que você pode defender um lado ou outro, sem que nenhuma dessas duas personalidades lhe represente?

Petisque - Filé ao vinho com Grimor Beer para harmonizar.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Salvem o Respeito...



Bom, o feriado de São Jorge passou e acabei voltando aqui depois dele para que opiniões mais ponderadas acabassem surgindo. Mesmo assim, creio que não vá ter muita diferença no meu discurso. Vamos lá!

Não tenho muitas chances de servir de parâmetro religioso para alguém. Acredito em um punhado de coisas de diversas religiões diferentes e, deste modo meio esquisito, construo a minha orientação religiosa. Tenho o hábito inclusive de me declarar agnóstico. Até porque, considero fortemente a possibilidade de que todas as minhas crenças, assim como a da maioria das pessoas que tem algum tipo de crença ou fé, possam existir por mero conforto de existência humana. Ainda assim, meu mundo não cairia caso comprovassem cientificamente a inexistência de Deus, Deuses, Santos, vida após a morte, reencarnação, evolução espiritual e outras coisas mais. Considero também, que a visão correta pode ser a do Deus polinésio ou até mesmo a de um Pajé qualquer.

De todas essas possibilidade, crenças, sincretismos e tudo mais, existe apenas uma coisa que não consigo aceitar... A intolerância baseada ou advinda da fé e dos preconceitos por ela gerados. Já passei aqui pra "defender" o Marco Feliciano, já defendi veementemente o direito do Pastor Silas Malafaia não concordar com o homossexualismo, já falei a respeito do Papa, mas sempre procurei fazer isso com o devido respeito às instituições que cada um representa. Posso não concordar com o dízimo ou com alguns atos de mercantilização da fé, posso não concordar com a forma como o Papa conduz seus fiéis em relação aos métodos contraceptivos, mas não tenho e acho que ninguém tem, o direito de desrespeitar a fé do próximo. Até aí parece tudo bem e talvez você se pergunte o motivo de toda essa minha explicação... vou continuar...

Já havia me irritado anteriormente com essa cruzada de pouco sentido contra Marco Feliciano, ainda mais com tanta gente mais pilantra que ele em Brasília. Pouco antes, me irritei com a crucificação de Silas Malafaia pela sua não aceitação em relação a causa gay. Depois, fiquei bastante decepcionado com o comportamento de muita gente por conta do Conclave. Quando tudo isso parecia já ter sido suficiente, me deparo, em pleno feriado, com demonstrações de desrespeito pleno nas redes sociais por conta do feriado de São Jorge (sim, é feriado aqui no Rio).

Me obriguei a ler os mais diversos absurdos e o show de intolerância só ia piorando conforme os apedrejadores em questão conseguiam eco em outras pessoas de mesmo nível. Parei pra tentar refletir e fui vendo que o desrespeito começava a utilizar os nomes de Deus e Jesus Cristo, para justificar tamanha falta de... falta de muita coisa. O mais engraçado de tudo isso, é que esses elementos faziam isso no conforto de seus lares, gozando de um feriado que, para estes, era um absurdo!

Creio que se as pessoas não conseguem respeitar só porque não acreditam, seria razoável e de bom tom que ficassem caladas e respeitassem não somente as pessoas que acreditam, mas também a todos que respeitam, mesmo não acreditando. Gostaria muito que essas pessoas que não aprenderam sequer a respeitar (que dirá amar!) o próximo, que se voluntariem para trabalhar durante o feriado.

Meu mais sincero desejo era de que essas pessoas lavassem a boca antes de querer falar em Deus para pregar a intolerância. Creio em Deus do meu jeito e esse meu jeito acredita que mais do que rezar, orar, meditar ou qualquer outra coisa, devo tentar ser gente, devo tentar ser um ser humano razoável, que pense minimamente no meu semelhante e respeite o direito que ele tem de ser diferente.

Por último e não menos importante, isso vale também para possíveis ateus que se consideram no direito de esculhambar quem crê em qualquer coisa.

Só desejo mais respeito.. para tudo e para todos.

Tô orando por você, que fala em Deus e Jesus Cristo e prega a intolerância religiosa.

Que Deus, São Jorge, Buda, Jesus Cristo e tantos outros nos protejam e nos iluminem.

Petisque: Feijuca e Cerveja pra Jorge!

sábado, 20 de abril de 2013

Até Quando?




Dificilmente me impressiono com os acontecimentos tristes e chocantes do nosso mundo. Não condeno a guerra. Apesar de achá-la estúpida, entendo que até mesmo por tantos eventos repetidos ao longo dos anos de civilização, talvez esse bárbaro recurso seja realmente parte de nossa natureza. Não sou a favor, não sou entusiasta, mas consigo tentar compreender.

Também tenho de admitir que, historicamente, os retrocessos humanos das guerras, tiveram como uma contrapartida um avanço razoável em processos e tecnologia. Não, esses avanços não pagam e nem apagam a barbárie, muito menos justificam, mas são contrapontos claros e de compreensão não tão complexa.

O que eu realmente não consigo compreender são os atos de terrorismo contra civis. Mais do que isso, civis que não representam coisa alguma. Pessoas de diversos países, culturas e orientações políticas participavam ou assistiam ao final de uma famosa corrida de rua. Independente do autor, não consigo notar qualquer tipo motivo que justifique a escolha desses alvos.

O Governo Americano agiu rápido, a população ajudou e as forças policiais encontraram os culpados. Ainda assim, as investigações continuam. Espanta-me, tanto quanto o ato terrorista, a comemoração velada de algumas pessoas pelas redes sociais, achando legal esse tipo de ferramenta ser utilizada, sob o pretexto imbecil de que é bom ferir o orgulho dos americanos. Mais do que críticas, tais comentários são dignos da minha pena. Esse é o tipo de comentário de gente que se disfarça de “gente boa”, mas trata personagens do tipo de Che Guevara e Zlavoj Zizek como grandes homens.

Talvez o que incomode, não somente aos terroristas, mas também a esse grupo de pessoas que acha esse tipo de atitude interessante, seja a forma como os “porcos, imperialistas, bláblábá” americanos tratam a questão. A seriedade na busca e a mobilização popular mostram o espírito que os caras têm. Gostando ou não, é preciso respeitar! Sim! Respeito é sempre o mínimo pra mim. E por incrível que pareça, eu respeito o fato de pensarem que Zizek e Che são grandes homens, só não concordo.

Até quando continuaremos retroagindo para justificar um caminho pouco humano em troca de cócegas em um inimigo invisível? 


Até!


Petisque: Nhoque de Aipim Frito com Linguiça Toscana - Baixo Araguaia - Freguesia. Acompanhe com Chopp Brahma.