Nem todos sabem, ou têm a
obrigação de saber, mas sou um grande apaixonado por cães. Sim, a tal figura
oculta da presidente Dilma, em seu épico discurso no dia das crianças. Seguindo
minha linha de raciocínio, comentando o polêmico inútil, resolvi mexer nesse
vespeiro. Já que não morri por ter dito que a Fran também tem alguma culpa em
relação ao que ocorreu, resolvi falar dos Beagles e da Royal.
Antes de qualquer coisa, preciso
dizer aos senhores que procuro ser coerente até mesmo em minhas incoerências e
que trato e vejo animais de formas diferentes, mas como não sou um ativista
insano em busca da libertação total dos animais do mundo e da difusão do
veganismo, acho que estou tranquilo para expor minha linha de raciocínio.
Admito, não vejo um boi como um
animalzinho lindo e fofo que precisa de carinho, vejo um bife e por mais cruel
que isso seja, é a minha verdade. A menos que eu me afeiçoe ao bicho, um boi
será pra mim, um bife. Ah, quanta crueldade! Ok, pode até ser, mas não consigo
e nem pretendo parar de comer carne, simplesmente não atingi esse nível de
evolução. Acho curioso, algumas pessoas devem estar imaginando como meu
pensamento é cruel, e nesse mesmo momento, devem estar pensando em comer um
japinha no almoço ou na janta. Peixe pode, né?
Não descobri grandes verdades
sobre o que aconteceu no instituto Royal, nada me parece muito confiável. Mais
do que confiável, pra variar, nada me parece muito ponderado! Normal, em épocas
de extremismo cibermidiático e produção de conteúdo em lote (Adorno e Keen,
piram!). Algumas fontes dizem que os animais eram utilizados para
desenvolvimento e testes de produtos cosméticos, o que sou contra, principalmente
pelo uso de cães. Outras fontes dizem que o demonizado instituto trabalhava em
pesquisas científicas voltadas para a área médica, o que me faz ser a favor do
uso de qualquer animal.
O que me leva a ser contra o uso
de cães em pesquisas para produtos cosméticos? O fato de serem cães, mais nada.
Se fossem porcos, eu não iria me opor, assim como grande parte das pessoas que
hoje vociferam a favor dos Beagles de São Roque.
Mas por que tanto preconceito? Porque
eu gosto muito de cachorro, porque eu não como cachorro, porque eu crio e trato
cães e não porcos como membros da minha família. Isso quer dizer que eu sou a
favor de testes de cosméticos em animais? Sim. Camundongos, porcos, bois e uma
lista de animais bem simples de se imaginar. Mas qual o motivo do apoio a esse
tipo de crueldade? Simples! Pra você, querida amiga, poder passar seu batom,
usar seu hidratante, rechear e rebocar a cara com base e parecer um panda com
tanta sombra e rímel, essas empresas precisam ter a certeza absoluta de todos
os desdobramentos possíveis desses materiais em sua linda e sedosa pele.
Do contrário, a partir da
primeira alergia, da primeira queimadura ou da primeira merda que der... você
ou qualquer outra pessoa que seja amigo do amigo do amigo virtual da pessoa
cairão de pau nas empresas envolvidas dizendo que falta regulação, que o
controle de qualidade é fraco, que a empresa não investe em P&D, entre
tantas outras coisas. Para isso é preciso desenvolver, testar, observar,
corrigir etc. Infelizmente, esse tipo de pesquisa não pode ser feito em cobaias
humanas, embora eu tenha algumas ideias muito loucas, pró-animais e nada
humanas para isso, esses testes precisam ser feitos em animais. Como acho que
cosméticos são produtos bastante dispensáveis, não defendo o uso dos animais
(doméstico, de estimação, sei lá) nesses testes acima citados.
Minha opinião passa a mudar
bastante em casos voltados para pesquisas da área médica, visando o tratamento
e a cura para doenças que assolam o nosso cotidiano. Dessa vez, peço ainda mais
desculpas aos amigos que defendem os animais, mas não me sentiria à vontade
sendo contra. Acredito que não devamos medir esforços na busca da cura e do tratamento
de doenças que ameacem nossa saúde. Para curar uma criança no futuro, creio que
alguns sacrifícios devam ser feitos no presente. Infelizmente a ciência,
principalmente a biologia, precisa do ensaio e do erro para que a “rota” vá
sendo conduzida para o objetivo maior.
Sou louco por cachorros, os
beagles são lindos demais e ainda não consegui saber quem fala a verdade. Só
acho, mais uma vez, que tá todo mundo de um lado ou contra esse lado, esse
extremismo gera fenômenos absurdos. Quais? Defender os Beagles, vociferar
contra empresas que testam em animais e admirar a baleias do SeaWorld é um
deles. Outro, ainda mais grave, é tratar a Luisa Mell como ativista política e
social, dando eco e volume as declarações e comparações bizarras dessa
personagem pouco cerebral.
Pense sobre o assunto. Se você
come carne, já fica até um pouco mais fácil concordar com a minha separação
entre animais. Espero (embora não creia) que se não fossem Beagles, mas
vira-latas ou pit-bulls, a comoção fosse igual. Ame seu cão, gato ou qualquer
animal e o trate com todo amor e respeito. Se possível, adote um. Coerência, galera! Ah!
Petisque: Aipim frito + Chopp Escuro