Bom, o feriado de São Jorge passou e acabei voltando aqui depois dele para que opiniões mais ponderadas acabassem surgindo. Mesmo assim, creio que não vá ter muita diferença no meu discurso. Vamos lá!
Não tenho muitas chances de servir de parâmetro religioso para alguém. Acredito em um punhado de coisas de diversas religiões diferentes e, deste modo meio esquisito, construo a minha orientação religiosa. Tenho o hábito inclusive de me declarar agnóstico. Até porque, considero fortemente a possibilidade de que todas as minhas crenças, assim como a da maioria das pessoas que tem algum tipo de crença ou fé, possam existir por mero conforto de existência humana. Ainda assim, meu mundo não cairia caso comprovassem cientificamente a inexistência de Deus, Deuses, Santos, vida após a morte, reencarnação, evolução espiritual e outras coisas mais. Considero também, que a visão correta pode ser a do Deus polinésio ou até mesmo a de um Pajé qualquer.
De todas essas possibilidade, crenças, sincretismos e tudo mais, existe apenas uma coisa que não consigo aceitar... A intolerância baseada ou advinda da fé e dos preconceitos por ela gerados. Já passei aqui pra "defender" o Marco Feliciano, já defendi veementemente o direito do Pastor Silas Malafaia não concordar com o homossexualismo, já falei a respeito do Papa, mas sempre procurei fazer isso com o devido respeito às instituições que cada um representa. Posso não concordar com o dízimo ou com alguns atos de mercantilização da fé, posso não concordar com a forma como o Papa conduz seus fiéis em relação aos métodos contraceptivos, mas não tenho e acho que ninguém tem, o direito de desrespeitar a fé do próximo. Até aí parece tudo bem e talvez você se pergunte o motivo de toda essa minha explicação... vou continuar...
Já havia me irritado anteriormente com essa cruzada de pouco sentido contra Marco Feliciano, ainda mais com tanta gente mais pilantra que ele em Brasília. Pouco antes, me irritei com a crucificação de Silas Malafaia pela sua não aceitação em relação a causa gay. Depois, fiquei bastante decepcionado com o comportamento de muita gente por conta do Conclave. Quando tudo isso parecia já ter sido suficiente, me deparo, em pleno feriado, com demonstrações de desrespeito pleno nas redes sociais por conta do feriado de São Jorge (sim, é feriado aqui no Rio).
Me obriguei a ler os mais diversos absurdos e o show de intolerância só ia piorando conforme os apedrejadores em questão conseguiam eco em outras pessoas de mesmo nível. Parei pra tentar refletir e fui vendo que o desrespeito começava a utilizar os nomes de Deus e Jesus Cristo, para justificar tamanha falta de... falta de muita coisa. O mais engraçado de tudo isso, é que esses elementos faziam isso no conforto de seus lares, gozando de um feriado que, para estes, era um absurdo!
Creio que se as pessoas não conseguem respeitar só porque não acreditam, seria razoável e de bom tom que ficassem caladas e respeitassem não somente as pessoas que acreditam, mas também a todos que respeitam, mesmo não acreditando. Gostaria muito que essas pessoas que não aprenderam sequer a respeitar (que dirá amar!) o próximo, que se voluntariem para trabalhar durante o feriado.
Meu mais sincero desejo era de que essas pessoas lavassem a boca antes de querer falar em Deus para pregar a intolerância. Creio em Deus do meu jeito e esse meu jeito acredita que mais do que rezar, orar, meditar ou qualquer outra coisa, devo tentar ser gente, devo tentar ser um ser humano razoável, que pense minimamente no meu semelhante e respeite o direito que ele tem de ser diferente.
Por último e não menos importante, isso vale também para possíveis ateus que se consideram no direito de esculhambar quem crê em qualquer coisa.
Só desejo mais respeito.. para tudo e para todos.
Tô orando por você, que fala em Deus e Jesus Cristo e prega a intolerância religiosa.
Que Deus, São Jorge, Buda, Jesus Cristo e tantos outros nos protejam e nos iluminem.
Petisque: Feijuca e Cerveja pra Jorge!