sexta-feira, 29 de março de 2013

Pesos e Medidas...



Boas! Enquanto os ecos do último post ainda faziam barulho na minha vida, parei para notar uma situação um tanto curiosa que, logo no dia seguinte, passou a ser amplamente discutida nas redes sociais. 

Tenho notado determinados atos e julgamentos de nossa sociedade com relativa estranheza. Acredito que estejamos perdendo a mão no julgamento das coisas e nas atitudes tomadas. Alguns assuntos importantíssimos, acabam envolvidos por uma aura midiática. Dominados pela moda, são superestimados e amplamente debatidos, o que é louvável, mas acabamos deixando de lado outros acontecimentos e assuntos ainda mais importantes.

Por diversas vezes, inclusive aqui, defendi e defendo o direito do pensamento conservador. Não me considero conservador, muito pelo contrário. Justamente por me considerar um cara amplamente liberal, acho que parte desse tipo de pensamento contempla o respeito e a aceitação em relação ao direito e liberdade de pensamento de cada um, por mais estúpido que seja esse tipo de pensamento.

Aceitar que o outro tenha o direito de pensar diferente não tem nenhum tipo de relação com dizer amém a aceitação de um modo que te agrida. Dentro dessa linha de pensamento, assim como 99% das pessoas que tenho acompanhado, não concordo com o Marco Feliciano presidindo a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias. Por enquanto, estamos todos (ou quase todos) concordando, talvez por razões diferentes.

Sou contra Marco Feliciano dentro da política, não porque ele é supostamente racista ou supostamente homofóbico. Digo supostamente pois a linha entre o não curtir ou ser contra o homossexualismo e a homofobia, está cada vez mais tênue. Sou contra o Marco Feliciano na política dom nosso país pois ele é desonesto. Como tantos outros! Sim, também sou contra esses outros. E dentro dessa mesma linha, não consigo compreender de que modo, um Deputado presidindo a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, pode ser uma caso mais importante do que um Senador presidindo... O SENADO!!!

Na minha verdade, mesmo safado sendo safado em qualquer nível, Marco Feliciano é um reles aprendiz perto de Renan Calheiros. Comparar a falta de honestidade entre eles, chega a ser bullying com Feliciano. 
Sendo assim, acho que as manifestações da população e de nossa classe artística e intelectual são muito válidas, mas um tanto desproporcionais. É como se a sua reação fosse maior e mais violenta contra um pivete que risca seu carro, do que contra o ladrão que toma seu amado calhambeque na mão grande. 

Tenho minhas dúvidas em relação à intensidade de todo esse movimento caso a questão fosse somente racial. A glamourização da causa gay acaba gerando esse tipo de volume artístico, bem como o apelo e a cobertura midiática. Considero a causa justíssima, diga-se de passagem, tanto quanto a causa racial, embora veja maior importância na última.

Gostaria muito que o mesmo esforço fosse feito e divulgado para que o Renan deixasse a cadeira que ocupa e que políticos condenados fossem presos ao invés de legislar. Além disso, torço muito para que as pessoas tenham a capacidade de entender e aceitar que outras pessoas, de pensamento mais ou menos quadrados que os nossos, não tem somente o direito a voto, elas também são elegíveis, por mais que não "curtamos" esse fato. 

Para que possamos clamar por tolerância, precisamos ser tolerantes.

Não, nenhum deles me representa! Mas estão lá...

Petisque: Papo Inicial - Rua Felipe Camarão - Caipilé de Sobieski com Filé (bom pra cacete!!!) Aperitivo.

sábado, 23 de março de 2013

A Insustentável Leveza do Bom Selvagem...



Lá vou eu... mais uma vez!

Tudo que eu realmente não queria era ter que voltar a falar sobre índios. O que eu queria menos ainda era falar sobre índios que eu sequer vejo como indígenas. Mais uma vez irei falar. Um grupo entenderá, concordando ou não. Outro não entenderá de forma alguma. Não entendendo, o caminho natural desse grupo, além de me xingar, gritar palavras de ordem e dizer que tem pena de mim por diversos motivos. Ainda assim escreverei. Só pra variar, sob o MEU ponto de vista. Sintam-se no direito de discordar, concordar... só não seja mal educado, ok?

Cada vez mais, não consigo compreender o súbito interesse de jovens que tiveram seu maior contato com os índios via Globo Repórter. Ainda assim, eu seria capaz de compreender (ou tentar compreender) essa postura, caso esses mesmos jovens tivessem se mobilizado de alguma maneira desde de 2006, quando o prédio do antigo Museu do Índio, em péssimas condições de conservação, foi ocupado (ou invadido) pelos índios da suposta Aldeia Maracanã. Sim, eu grifei alguns trechos e palavras para que eu possa separar alguns aspectos curiosos.

Os índios passaram a viver lá em 2006. Não! Eles não vivem ali desde 1500. Mais engraçado que tudo isso é que se eu fosse tão a favor de teorias conspiratórias quanto você, que nesse momento está espumando e desejando meu mal, eu ainda levantaria a bola do quão suspeito isso é. Pois em 2006, se eu não me engano, a CONMEBOL comunicou à FIFA que o Brasil seria o único candidato da confederação ao pleito 2014. Mesmo assim, não acredito nesse interesse tão estratégico, mas não será chocante se um dia uma verdade como essa vier à tona. 

Quanto ao museu, tenho uma consideração muito curiosa. O país que não valoriza seus índios e que derruba o "museu" deles... Já ouvi isso algumas vezes, mas vou repetir. Aquele prédio não é Museu do Índio desde 1978! Portanto, a maior parte dos "jovens revolucionários" que insistem em chamar o casarão de Darcy Ribeiro de Museu do Índio estava longe de nascer quando houve a mudança para Botafogo. Aí que entra a questão da falta de informação de jovens tão cultos... ou da conveniência! Na hora de gritar - qual o país que derruba um museu pra construir um estacionamento!? - é muito conveniente esquecer que o prédio não é um museu! Como também é conveniente esquecer que o projeto nem engloba mais o estacionamento da discórdia. Eu esperava mais desses jovens...

A preocupação dos jovens com a vida dos bons selvagens é tão grande, que os "verdadeiros donos de nossa terra" vivem naquela aldeia de concreto há quase sete anos, utilizando um prédio em péssimas condições de segurança e higiene e não houve nenhum tipo de mobilização razoável para que a Aldeia fosse revitalizada. Como Centro de Referência Indígena, Aldeia, museu ou até mesmo pela preservação da memória de Darcy Ribeiro, o fato é que aquilo permaneceu intacto e se deteriorando. Ah! E sem o menor alarde por parte dos nossos jovens brilhantes.

Sendo assim, com toda essa convergência de fatores, não consigo compreender a razão de tanto alarde depois de quase sete anos de "Aldeia" e trinta e cinco de abandono. Também é difícil para um homem médio como eu, compreender e entender o motivo de tanta complacência em relação a toda e qualquer atitude tomada por um suposto indígena. Bem verdade que temos esse hábito sempre que tratamos com nossas minorias, mas com índios é ainda maior. O índio aqui pode tudo! E é índio até sendo advogado, usando celular e tendo carteira de motorista. Como é conveniente ser índio... 

A Polícia foi despreparada sim! Só pra variar. Mas porque olhar pro lado do "seu polícia"?! Os bons selvagens e nossa juventude brilhante tem muito mais razão. Afinal, o policial ganha bem, faz o que tem vontade e tem que deixar que tudo aconteça de qualquer forma. Ainda assim, nada exime nossa polícia de culpa. Esse despreparo é fruto de muita coisa, mas todos esses motivos são menos interessantes que a causa indígena e não justificam uma operação tão zoneada quanto a de ontem.

O governo dá mole não pondo a cara e conduzindo tudo à Bangu, principalmente quanto a questão policial. Além disso, deixou que esse problema se arrastasse até as vésperas dos eventos. Aumentando a tensão e deixando com que esse caso tivesse tudo certo para dar errado. Acertou ao oferecer três opções aos indígenas e tornou isso tudo oficial através de documentos. Como já dito antes, não aparecer para se posicionar como governo é erro e marca atual do governo do Sérgio Cabral.

Não acho que lugar de Índio seja na Radial Oeste e já tinha dito que considerava como solução ideal a remoção dos mesmos para um lugar mais condizente com os valores e costumes dos bons selvagens. Ao que parece, eles querem algum lugar urbanizado e bem localizado para que possam continuar perpetuando sua cultura da mesma forma que seus antepassados. 

Espero sinceramente, que eu não precise mais escrever sobre esses índios e sobre a "Aldeia Maracanã".

Petisque - Chopp Noi Rossa com Batata Rostie de Carne Seca - Gi Bier: Rua Pacheco Leão.

terça-feira, 19 de março de 2013

Pequenos Escribas... Grandes Discórdias!



Tapa rápido hoje, eu juro!

Realmente não consigo entender o objetivo do ENEM. Quer dizer, eu até achava que conseguia, só que o governo simplesmente não consegue parar... de fazer merda! Vamos lá, achando pouca sacanagem nos inúmeros episódios de patetice e os escândalos dos últimos anos, agora conseguiram jogar a pá de cal.

Depois de tantos anos de pressão e escalada política, mesmo com as últimas vergonhas, o ENEM ganhou seu espaço e conquistou o posto de uma das provas mais importantes da vida de um estudante. Nas ocasiões em que os estudantes foram sacaneados com a total falta de caráter e organização das entidades competentes, o ENEM continuou crescendo, como já disse antes, principalmente por força política, mas ok. 

Agora o incrível exame foi mais uma vez devassado. Se antes, o problema de credibilidade deveria atingir mais aos estudantes que às instituições, agora parece que o caldo pode entornar... Mas não vai. Em análise às redações que obtiveram nota máxima, erros bizarros foram encontrados! Erros de ortografia e de concordância. É, tá ruim? Então, piora!

O inacreditável Ministério da Educação, ao invés de apurar o erro, admitir a falha, buscar correções e procurar explicar ou entender o motivo desse absurdo, acaba querendo inovar. A entidade confirmou que a informação está correta e que ainda assim, no entendimento do Ministério, não são erros de ortografia e concordância (EM UMA REDAÇÃO!!!!) que impedem uma avaliação com nota máxima. Segundo os "jênios" do MEC, o texto é avaliado como um todo e o que importa é que o candidato tenha excelente domínio do português. 

Gostaria imensamente de compreender o que deve ser dominar o português sem que ortografia e concordância façam parte dessa avaliação. Em tempo, é bom lembrar que o último ministro responsável por seguidas pixotadas envolvendo o ENEM tornou-se prefeito de São Paulo! É do cu cair da bunda!

O último a sair, apague a luz!

Petisque: Pastel Arretado com Bud geladíssima! Bar Vilarejo - Torres Homem com Visconde de Abaeté! 

sexta-feira, 15 de março de 2013

A Futebolização do Conclave e do Papado...



Olá pessoal, por incrível que pareça, você não abriu meu outro blog. O assunto começa, se desenvolve e termina como meus textos sobre futebol, mas não acho que tenha tanto a ver. 

Na véspera da escolha de nosso novo Papa, estava conversando com uma querida amiga, que instigando meus desejos por polêmicas e situações curiosas, me perguntou o que eu achava da futebolização do Conclave. O assunto se alongou bastante e tive grande dificuldade em explicar a convergência de fatores que, em minha humilde opinião, resultaram nessa mega cobertura jornalística, principalmente por parte da Globo. 

Como tive tanta dificuldade para explicar, resolvi esperar e publicar meu post quando conseguisse concatenar melhor minhas idéias e argumentos. Além disso, já que estava praticamente como uma cobertura de final de Copa do Mundo, comentaria e, se preciso fosse, cornetaria o novo Papa.

Acho curioso começar falando uma coisa que é de incrível importância para a relevância ou não relevância deste post... Gente, eu não sou católico! Então o que me dá o direito de comentar coisas ligadas ao novo Papa? Nada! E tudo também! Vamos aos palpites e aos pitacos de hoje...

Em primeiro lugar, acho que a maior parte da galera que tem mais ou menos a mesma faixa etária que eu, caso dessa minha amiga inclusive, deveria estar ocupado com muitas outras coisas que acabavam não deixando que a penúltima sucessão de Sua Santidade se tornasse um assunto de importância tão grande. Além disso, João Paulo II já dava sinais de seus problemas de saúde desde que eu era criança e acabou lutando bravamente por sua vida durante vários anos. Sendo assim, morria um Papa muito querido e, naturalmente, teria que ser sucedido. O clima era de comoção, era um ciclo normal porém muito doloroso, já que JP conquistava até mesmo os não católicos. Pra completar esse fato, admitamos, Bento XVI só conseguiu ser querido, se muito, por seus melhores ou maiores e mais devotos católicos. 

Já que a primeira parte foi explicada, conseguimos notar que o cenário não era de tanta alegria e esperança. Talvez o maior desafio de Bento XVI não tenha sido só os inúmeros problemas e escândalos que teve que enfrentar quando comandava a Igreja, mas o simples fato de suceder alguém tão carismático. Além disso, o volume de mídia cresceu bastante nos últimos anos. Duvido que você tenha sabido quem era o novo Papa em 2005 pelo twitter, Facebook ou WhatsApp. 

Como o clima era outro, é claro que a cobertura vai mudar o tom. Não é por nada, mas o momento envolvia uma questão histórica muito mais importante do que uma sucessão natural. O último e se eu não me engano único Papa a renunciar até então, havia feito isso em uma época aonde nosso país sequer havia sido descoberto. Não preciso nesse caso comparar o fator globalizador, mas é fácil perceber que a renúncia, por si só, já sugeria um ar sensacionalista e espetaculoso em torno do processo que viria a seguir. Some-se a isso, um dos principais motivos da renúncia... Talvez em nenhum momento de sua história a Igreja Católica estivesse em uma crise tão profunda. 

Você pode até concordar com meu pensamento e dirá que até agora ele está levemente superior ao de um símio qualquer. Bem verdade, até porque, isso tudo justifica uma mudança no tom, mas não a futebolização.
Ok. A futebolização vem de um traço nosso, embora a cobertura no mundo inteiro tenha sido bem louca, nós vivíamos e estamos vivendo aqui, uma convergência de fatores que aumentam demais o interesse na promoção do Conclave e de um novo Papa. 

Esse processo começa com a inclusão de um brasileiro, Dom Odilo, como um dos principais "papáveis". Sendo assim, o trejeito turfístico que já dominava o mundo, ganha ares de geral do Maraca e começamos a retirar as chuteiras da pátria para que possamos vestir a batina. Com Dom Odilo correndo "por dentro", a mídia e o povo carregam as baterias e elevam o tom, transformando tudo em algo pré carnavalesco. Sim, esse é de verdade, um dos maiores fatores do ambiente que se criou. Como o povo fez sua parte, o interesse da mídia, cai matando, cada emissora a seu modo e com seus interesses. 

A Record, por razões óbvias, resolveu praticamente ignorar o fato. O SBT até tentou dar alguma cobertura, mas ainda hoje em dia, cobertura grande, histórica, mesmo com link de transmissão e uma parafernalha de coisas que não domino, é feita in loco e para isso é preciso de dinheiro e vontade, acho que preferiram cobrir daqui e de forma mais discreta. A Globo por sua vez, por razões igualmente tão óbvias quanto a Record e possuir vontade e dinheiro, fez uma MEGA cobertura. Nesse momento, você que odeia a Globo e detesta o Pastor Marco Feliciano, deve estar em parafuso, sem querer admitir todo o esforço que foi feito pela emissora que toma tanta pedrada.

Se você ainda não conseguiu adivinhar tudo que pensei em relação a isso, vou explicar. 
A Record, por ser uma emissora evangélica e com interesses evangélicos, deu a menor cobertura possível e, se possível for, irá revirar qualquer vírgula no passado de Francisco. 
A Globo quase sempre caminhou sem bater de frente com a Igreja Católica e vinha se aproximando bastante do público evangélico ultimamente. 

O motivo é bastante claro. Emissora de TV disputa share no mercado. É quase a mesma disputa que as empresas de telefonia celular, desejando agradar aos diferentes tipos de consumidor. A Globo tenta maximizar sua fatia, sabendo que perde parcela dele de acordo com o aumento no número de evangélicos.
O problema pra ela e pros interesses políticos que ela tem é que a comunidade evangélica, como qualquer outra, tem padrão político e de consumo. E geralmente votamos naqueles que se alinham com nossa filosofia e estilo de vida. Naturalmente, a quantidade de políticos evangélicos, assim como a própria comunidade evangélica, vêm aumentando vertiginosamente. O último fato, e de maior relevância para que a sucessão do Papa ganhasse o um gás a mais por parte da emissora, foi a questão do Pastor Marco Feliciano e sua indicação para presidir a Comissão dos Direitos Humanos.

O processo de aceitação dos homossexuais é parte fundamental da linha filosófica seguida pela emissora. Certo ou errado, esse tipo de pensamento vai de encontro com o que é pregado pela esmagadora maioria dos evangélicos e pela totalidade de sua bancada. Temos então um conflito de interesses que torna o novo Papa, algo muito bom para o momento político vivido. Com o clima já sendo outro e com um Brasileiro na disputa... Temos um jogo!!! Essa conjunção de fatores explica muito do furor da cobertura, pelo menos em minha opinião. E calma! Não pense em cogitar a hipótese da Globo ter forçado a barra pra saída de Bento XVI. Não viaja!

Parte do tiro, pode ter saído pela culatra com a escolha de um sucessor ARGENTINO!!! Não acho que ninguém deixará de ser católico por isso, não mesmo. Mas será preciso muita habilidade e TONELADAS de carisma por parte de Francisco, Chico para os íntimos, para conquistar não só os brasileiros, mas também os fiéis que vem perdendo e deixando de conquistar no mundo. Deu sinais de que é um homem carismático em sua primeira aparição, mas precisaremos esperar um pouco mais. Já a habilidade... Não sei se ele terá, visto que segue uma linha mais tradicional e conservadora. Em minha opinião de não católico, a Igreja deveria ter ousado nesse momento. 

Desejo sorte ao novo Papa e depois, escreverei com calma somente a respeito do crescimento dessa bancada evangélica. Vou levar tanta pedrada... 

Habemus Papam... 

Petisque - Hóstia com vinho sem álcool... Brincadeira!
Joelho de Porco - Enchendo Linguiça. Acompanhando - Antarctica Original

Valeu.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Retomando e Recapitulando

Bem, depois de um afastamento por motivos óbvios, precisamos tentar seguir em frente. Cada um a seu modo, cada de seu jeito... Com toda saudade que fica e com toda saudade que insiste em permanecer, é chegada minha hora de tentar fazer uso de tudo aquilo que alguém tão importante deixou como ensinamento. 
A tarefa dura de seguir parece ser aprendida no dia-a-dia...

Vou tentar retomar de leve e pretendo falar rapidinho sobre dois temas até um pouco requentados. Vamos as nossas considerações a respeito de Hugo Chávez e Chorão...

No caso de Chávez, nunca tenho tanta coisa boa assim pra falar. Não concordo com 99% de tudo que ele falava, fazia e pregava. Ainda assim, acho que mesmo que de forma tosca e torta, dentro daquilo que ele acreditava, acabou fazendo algo para uma parcela de seu povo. Não acredito muito na possibilidade de existir alguém que seja 100% ruim... Não, Chávez não deixará saudades pois não sou fã de ditadores e sou menos fã ainda de ditadores de esquerda. Espero que a Venezuela siga um caminho que seja sobretudo menos turbulento. E por favor, câncer causado pelos EUA é muito Skyfall pra minha vida... Menos.

Quanto ao Chorão, a coisa pode ser um pouco mais longa...
Ainda acho com muita convicção, que grande parte das pessoas não compreenderam o tamanho da perda. Bem verdade que a perda se torna maior pois Chorão era um cara bom em meio a uma fase bastante medíocre de nossa música. O cara não era genial em suas letras como eram Cazuza e Renato Russo, não tinha a voz de Cássia Eller e nem fazia tanta questão assim de "causar", embora sua história tenha confusões épicas. 
Chorão além de escrever suas letras de forma muito bem alinhada, conseguindo ser suave e agressivo, era um produtor de mão cheia. Não era expoente, mas sua personalidade artística multi-task acabou fazendo dele uma personalidade muito diferente. Conseguiu fazer com que seu som evoluísse com seu público e talvez esse tenha sido um de seus maiores méritos. 
A musicalidade agridoce que ele dava ao CBJ fica como um de seus grandes legados. Ele não foi um gênio, pode até ter sido, sei lá. Mas a perda é muito maior do que o que acham os intelectuais.

Petisque - Colorado Ithaca ... O melhor da alta fermentação, espetacular!

Vamos seguindo!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Um Cara GIGANTE...



Não sei bem o que escrever. É complicado saber escolher as palavras sempre que falamos de alguém GIGANTE. Mais complicado ainda, quando os acontecimentos e as circunstâncias deles nos emudecem e levam embora qualquer tipo de inspiração.

Nossa amizade começou ao contrário, ao contrário da imensa maioria dos componentes de "nosso grupo" estudamos no mesmo colégio, mas não estudamos juntos. Quando nos conhecemos, eu já estava pra me despedir do colégio... E foi assim que tudo aconteceu. Nos conhecemos, nos afinamos e passei a ter o prazer de pertencer ao seleto grupo dos amigos do Rômulo. O Mainieri para alguns, o Manzani para outros, mas sempre o mesmo cara.

O coração GIGANTE, um humor peculiar, uma sinceridade engraçada e por vezes dolorosa... Um dos poucos super-sinceros que não era emboscado pelo "sincericídio". Poderia ter sido qualquer coisa na vida, bailarino, churrasqueiro, inventor, arquiteto, empresário... Mas nasceu polícia e tendo nascido polícia, resolveu seguir sua vocação. Tínhamos muito orgulho disso, bem verdade que por tantas vezes o considerávamos tão bom pra ser policial em um lugar aonde a Polícia não é valorizada. Ele precisava disso e com certeza, a PMERJ ganhou muito com ele.

Sempre preocupado com os amigos, era talvez nosso maior guardião, muitas vezes parecia um pai conversando com a gente. Dando conselhos e cobrando melhorias em nossa saúde, estudos, carreira... Aconselhava sim, era duro quando julgava necessário, mas talvez fosse nosso maior propagandista. Acreditava e dizia pra quem quer que fosse que seus amigos eram o máximo, era fiel ao pensamento de nós poderíamos mudar o rumo das coisas e dos acontecimentos no futuro, pois nosso grupo era forte e era bom demais. É, meu amigo, hoje, sem você, continuaremos fortes a nossa família, mas com certeza perdemos muito em qualidade.

As viagens, as besteiras, o recanto do guerreiro, a fraldinha no vinho, as relinchadas, as lutas do Zé Aldo e tantas outras coisas não terão mais o mesmo valor, sabor ou sentido. Tá difícil pra cacete! Mas você diria, que teríamos de dar um jeito de seguir em frente. Como uma vez em que conversávamos sobre as adversidades que nosso grupo poderia enfrentar você me disse que não deveriam ser tantas, mas que se fossem, pior para as adversidades. E você realmente acreditava nisso. Precisamos saber como continuar. A única certeza é que você permanecerá conosco, até que um dia possamos nos encontrar novamente.

Com esse jeitão Shrek, que mesmo rústico e prático conservava um coração do tamanho de uma locomotiva, cativava a todos sem querer, quase que no automático. Impossível era não formar uma opinião sobre você. Sendo o soldadinho de chumbo, com bailarina e tudo, mostrava pra nós sempre uma forma diferente de ver ou rir de alguma coisa. Sempre tratando as amizades como família e consequentemente como prioridade, mostrou que as pessoas que colocamos ao nosso lado permite saber um pouco do que somos e fomos melhores por tê-lo ao nosso lado.

Irmão, fica tranquilo! Pode ir! Gela a cerveja e acende a churrasqueira que mais tarde a gente se reúne. Enquanto isso, fica na paz que a gente cuida dos seus por aqui. Sim, você sempre deixou claro, sem precisar falar nada, que faria o mesmo por nós. É o mínimo que posso fazer. E desculpa o texto meio esculhambado, você sempre disse pra eu investir nisso... mas ainda tá difícil. Obrigado demais por me deixar fazer parte da tua vida.

Amamos você! Até breve. 

sexta-feira, 1 de março de 2013

Eu Preciso Dizer Que Te Amo...



Eu realmente poderia comentar algo a respeito dessa greve de ônibus que assola o Rio. Pra ser bem sincero, eu acho até que deveria comentar! Mas não vou, não hoje. Não porque 90% dos meus deslocamentos são feitos de carro, nem porque isso (em tese) não afeta meu cotidiano. Não o farei pois hoje, apesar desse caos todo, é um dia muito especial. Hoje é o aniversário dessa cidade tão peculiar e encantadora! Cidade maravilhosa por natureza e não somente pela natureza que tem. 

Sei que não sou um carioca clássico, de almanaque, mas sou um dos cariocas que tiveram a oportunidade de experimentar o Brasil e concluir que não existe cheiro ou sabor mais gostoso que o do Rio. Não! Não sou fã do calor escaldante, não vivo entre o Arpoador e o posto 9, não faço inúmeras caminhadas pela floresta da Tijuca, não gosto de bermuda e não estou num samba toda semana. Quase um paulista, dizem alguns amigos e conhecidos... Talvez fosse, não odeio paulistas também, temos então mais um traço de minha "falta de carioquice". 

Estou disposto a admitir pra quem quer que seja, que já vi coisas incríveis em outras cidades do Brasil, principalmente outras capitais. A educação, a organização e a limpeza de Curitiba, a oferta de arte, gastronomia e cultura da insone São Paulo, a história de Salvador e São Luís e o frescor do ar característico de Manaus são um começo de alguma coisa que talvez só consiga ser conjugada aqui.

Algumas coisas do Rio fazem um sentido estranho somente por existir. Até mesmo algumas vistas que não são de cartão postal. A diversidade sem muita esquisitice é uma marca genuinamente carioca. Ser carioca é muito mais uma escolha, uma religião, um estilo de viver e ver a vida, do que o lugar onde você nasceu. Conheço tantos cariocas da Paraíba, Alagoas, São Paulo, Minas, Mato Grosso... consegui conhecer cariocas do Rio Grande do Sul, jamais pensei ser possível!

Cariocar, essa é a conjugação? Poderia ser conjugado na letra de um samba de um dos tantos gênios dessa cidade. Hoje, talvez repetido mixado num funk... Quem sabe pudesse ser cantado pelas vozes que embalavam e voltarão embalar um Maraca lotado em dia de decisão. Talvez cariocar não seja um verbo, talvez seja algo que o próprio português não defina. Talvez ele não defina bem o coé e o mermão, que diferença faz?

Meu post de hoje não vai só pra você que é ou escolheu ser carioca, nem só pra cidade como um todo. Hoje queria agradecer ao Rio, mas agradecendo a São Sebastião por tudo que deram pra ele, puta cara de sorte... Agradeço pela Pedra do Sal, pela mureta da Urca, pelo Pão de Açúcar, pelo Corcovado, pela vista da descida da Grajaú x JPA, pelo Mirante do Pasmado, pela Pedra Bonita, pelo Arpoador, pelo Jardim Botânico, pelo Parque Lage, pela Praça XV, pela Vanhargem, pela Lapa e seus arcos, pela cerveja no boteco lá na Estrada do Portela, pelo Maracanã e pela infinidade de outras delícias que essa cidade possui. 

Não é possível que fechando os olhos e imaginando algum desses lugares, você não se sinta feliz e grato por ser ou mesmo "estar" carioca. É uma experiência única! Carioque-se! Rio, Muito Obrigado! Amo você! Parabéns pelos seus 448 anos!

Petisque: Biscoito Globo (sal ou doce, tanto faz!) e mate com limão! O mate eu recomendo o do galão redondo, quanto mais amassado e remendado o galão, maior o sabor! Meio a meio com um chorinho de limão!